Uma simples ROSA

A rosa faz um esforço cheio de espetáculo e beleza para desabrochar. Mas eles não conseguem vê-la tão bela. Se eles soubessem do que ela é capaz.

...

Três dias depois ela sentem-se exausta, triste e sem expectativas. Murmurando sem ouvintes:

- Por que eu sou assim, queria ser outra, sendo eu mesma!

Enquanto isso as pessoas caminham, carregam malas, falam outras línguas, o cachorro sobrevive em sua vidinha medíocre, e o gato rouba mais um pedaço de carne da vizinha fofoqueira.

A rosa está na janela e suas pétalas não estão tristes, nem tampouco felizes, há uma espécie de comodidade, conformismo atravessando sua minúscula alma. E se fosse lhe dada uma nova chance, e se ela pudesse mudar o imodificável? Mas isso não seria possível, a folha já caiu, e o vento já passou por aquela árvore, cuja semente germinou anos atrás. Seria certo, ou errado, ir contra uma vontade que nem se sabe que vontade é? Minha mãe já dizia, quando se perder é melhor ficar parada em um único lugar, ao invés de rodar, rodar e rodar. Quem sabe um dia, através da sua semente, a rosa volte a desabrochar...