Fiquei tão feliz em pensar que poderia reencontrá-la, passei horas pensando como seria a nossa conversa, fazia tanto tempo, tanto tempo... O mundo nos afastou pra lugares estranhos e diferentes, ela perdeu-se no mundo enlouquecedor e eu, como sempre a doente, perdi-me numa biblioteca de dúvidas e medos. Já fazia os planos e as malas pra uma nova aventura, já me pegava pensando em anos e anos distantes, era uma época em que nada importava, o cabelo não precisava estar na chapinha, os pés descalço, as unhas pré-históricas, na TV a programação mais colorida possível. Nesse mundo existiam bruxas, feitiços e até enterro de boneca. Não me lembro de nenhum problema, a não ser aquele dever de casa que deixei de fazer ou aquela nota baixa em matemática, que grandes problemas...
Ela era linda, cabelo jogado ao vento, roupas que sugeriam que não era uma menina, idéias mirabolantes, um rosto cheirando a terra, mato... Ela era linda. Tinha um ar de descoberta, sim, ela era a própria aventura revestida de criança, ganhava até dos meninos!
Ano novo, senti que poderia acontecer o que tanto esperava. Era quase meia noite e eu estava ansiosa para revê-la. De perto - minha miopia não me deixava ver de longe - vi um sorriso parecido, um olhar, um gesto de separar os dedos da mão. Quem sabe poderia ser ela? Cheguei mais próximo e dei um abraço, senti o perfume, olhei nos olhos, não a encontrei. Minha tristeza não transpareceu, fingi acreditar que tinha reencontrado, abri um sorriso, fiz da minha presença uma patética máscara de lugar-comum. Ela não estava. Estava perdida em algum lugar dentro daquele corpo, talvez nas lembranças embaçadas pelo olhar turvo e cinzento.
Ela era linda, cabelo jogado ao vento, roupas que sugeriam que não era uma menina, idéias mirabolantes, um rosto cheirando a terra, mato... Ela era linda. Tinha um ar de descoberta, sim, ela era a própria aventura revestida de criança, ganhava até dos meninos!
Ano novo, senti que poderia acontecer o que tanto esperava. Era quase meia noite e eu estava ansiosa para revê-la. De perto - minha miopia não me deixava ver de longe - vi um sorriso parecido, um olhar, um gesto de separar os dedos da mão. Quem sabe poderia ser ela? Cheguei mais próximo e dei um abraço, senti o perfume, olhei nos olhos, não a encontrei. Minha tristeza não transpareceu, fingi acreditar que tinha reencontrado, abri um sorriso, fiz da minha presença uma patética máscara de lugar-comum. Ela não estava. Estava perdida em algum lugar dentro daquele corpo, talvez nas lembranças embaçadas pelo olhar turvo e cinzento.
Cabelo bem feito, resultado de horas e horas no salão, unha uma perfeição, amigos aos montes, sorrisos e dança. Ali estava a Agus que não encontrei. Não a culpo por tão perfeita impressão de felicidade, ela escolheu essa fuga para melhor lhe dar com o mundo e com tudo o que a cerca, mas parece ser tão vazio viver assim, melhor não seria procurar por Agus? Na dúvida é só me procurar.
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