sábado, 9 de fevereiro de 2019

Ops, você não é daqui

Sabe quando você encontra um lugar e pensa: poxa, que lugar massa... Pois bem, me senti assim ontem. Mas também senti outra sensação, essa não muito boa, senti como se esse lugar não fosse meu. Não porque eu não gostei, ao contrário, lá é incrível, as pessoas falam seus sentimentos, dilemas, tem música do estilo que gosto - coisa rara de encontrar -, poesia, feminismo, luta, diversidade, tudo o que enche meus olhos e alegra meu coração. Mas me senti tão sozinha, intrusa, aproveitadora, ir lá só para ouvir e nada contribuir. Senti como se as pessoas não me quisessem lá, embora ninguém tenha me tratado mal, apesar da recepção com alguns sorrisos tímidos e olhares desconfiados. É como se eu não fizesse parte daquele mundo e as pessoas não estivessem abertas a me encaixar. Por outro lado, as pessoas tem o direito de estranhar uma pessoa nova, que não foi indicada por ninguem, que é calada, não interage muito. É porque essa sensação de não pertencer é tão ruim, sempre sinto ela. Enfim, talvez o problema esteja na minha pessoa, a forma como imagino que as pessoas me veem. Embora eu tenha consciência que o erro possa estar em mim, eu sinto tão forte esse sentimento de rejeição que dói demais, não consigo me afastar dessa ideia que as pessoas não fazem muita questão da minha presença. Será que sou uma pessoa tão apática assim... Pode ser vitimismo, pode sim, mas é algo que existe dentro de mim

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Não sei

Pessoas e amigos, que talvez nao existam nesse mundo chamado Blogger, me desculpe por sempre aparecer por aqui nesses dias, sabe... Não sei o que acontece, mas quando estou meio confusa sempre me sinto bem depois que escrevo aqui. Esses dias acessei minha conta no instagram, não consigo compreender porque as pessoas fazem tanta questão de mostrar para os outras como estão, o que estão fazendo. Apesar que eu escrevendo aqui estou fazendo quase a mesma coisa... Não sei, mas aqui é tudo mais estático, não existe o tete a tete dessas novas mídias sociais. Aqui a gente sente, e o sentir nos faz escrever. Estou com vontade de escrever um monte de coisa que penso sobre as contas que visualizei no instagram, mas temo parecer chata, arrogante, metida, essas coisas... Então é melhor eu mudar de assunto. Gente, como vocês se sentem em até hoje permanecerem acessando esse mundo do Blogger que poucas pessoas acessam (interrogação). Eu não tenho conteudo para publicar, não sou popular, nem procuro ser, não quero me adequar aos conceitos de beleza, mas não vou negar que esse mundo as vezes me afeta, não é fácil conviver com tanta informação e com tantos afazeres e metas que inventam para nos enlouquecer. "Ah, porque meu percentual de gordura", "meu iphone",  "minhas publis no instagram". Ou estou muita chata ou as pessoas piraram. Eu não descarto as opções. Se há uma coisa que eu faço bem é desconfiar, isso inclui questionar até o que considero como certo. Desconfio do que acredito e do que não acredito também. Quero ser diferente ou sou diferente (interroga). Ser diferente é bom ou ruim (interroga). O que é ser diferente nesse mundo de pares e também nesse mundo de ímpares (interroga). Não sei. Bom e enlouquecedor da vida é não saber. Hoje estou pensativa. Sabe aquele pensamento que nasce no coração, dá aquela dorzinha que a gente sente vontade de chorar só por chorar. Dói, mas passa rápido. Talvez depois que a flor desabroche eu me acalante. Abrace o que existe de verdadeiro nesse mundo embaraçoso. Sim, porque esse mundo é muito atrapalhado e às vezes acho tudo isso um grande ensaio. Eu mesma não sou essa que você enxerga. 
Agora me veio a mente o poema de  Mário de Sá Carneiro: "Eu não sou eu nem sou o outro, sou qualquer coisa de intermédio. Pilar da ponte de tédio. Quem vai de mim para o outro"

domingo, 26 de agosto de 2018

Sonho dentro de um sonho

Aos finais de semana sempre sonha que está acordada. Acordada dói. Espelhos ao redor da cama, em todo o quarto, para dentro e fora, quase não abre a porta, mas para quê, se a porta está escancarada. Música para clarear as ideias, que já estão todas embaralhadas, assim como esse texto que ela pediu para escrever. Roupas jogadas na cama, quase todas querendo ser doadas. Muitas palavras querendo ser escritas, mas existe uma censura dentro dela, sabe que em algum momento, algum lugar, alguém como você irá julgar.  Não se importa. Mentira, pois se fala que não se importa já se importou. Não sei porque depois que escreve essa desconexão de palavras e sentidos sente-se bem, beeem. É bom saber que por algum instante se ouviu. Parou, sentiu, não pensou e cá estou. Nação zumbi na tv. Sonho dentro de um sonho, reflete bem o final de semana dela. Sonha e Acorda no domingo. Desperta.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Lincencinha aí, por favor

Ei, você poderia me dar licença... Não é porque você tem corpo, trabalho, livros e outras coisas mais, que você pode ir mandando assim. Não, você não está sozinha aqui. Aqui existem muitas de nós. Por favor, respeite a artista, não é porque ela gosta de beber e conversar alto que não merece respeito. Sim, eu sei, ela as vezes é dona da razão, mas é encantadoramente feliz quando decidi ser feliz, por um dia, uma noite, uma hora, além do mais ela tem um sorriso lindo.
Ei, também não esqueça da boazinha, tão gentil, amável, prestativa, sempre olhando o outro por todos os lados, cuidadosa com a boa reputação, os bons costumes, lálálá... Tá, tá bom, eu sei que ela é meio careta, mas vou te dizer uma coisa, ela é isso mesmo que você vê, não está fingindo meiguice, mas não esquece que existem as outras, e que todas merecem respeito.
Ah, esqueci, no meio desse um monte de gente, tem um moleque cheio de alegria, brinca sem parar, não sabe o que é relógio, meio preguiçoso, admito, mas que sabe apreciar as belezas mais sutis da vida. Sabe que um dia desses ele voou baixinho, fez um gesto com os braços e voou. Depois disso ela acordou.
Ah, também tem a esportista, essa é difícil aparecer, ano passado ela passou umas semanas por aqui, mas depois de um joelho dolorido, coluna arrebentada ela se foi. Hoje em dia não sei por onde anda. As vezes olho de lado para procurá-la, mas a danada não gostou muito daqui.
Precisamos falar da medrosa, essa daí conheci desde criança, tem medo até de palito de fósforo, é sério, mas estou sendo injusta em falar dela nesse tom meio de deboche. Ela é uma gracinha, sonhadora, sonha que tudo um dia vai ser melhor, que o futuro a espera com flores, jardins, amigos, quatro horas de trabalho, dois filhos, marido, carro vermelho e oculus escuro. Tadinha, não sabe ela que a maior alegria e a coragem estão no presente da vida. Tem tantas outras, mas que ficarão para tantos outros dias. Essas daí foi só para você saber que não está sozinha, que respeito é bom e Nós gostamos muito. Onde já se viu uma das tantas querer mandar em todas. Olhe ao redor e sinta-se plena, você e elas, todas juntas. 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Amanhã



Escrevo para ser publicado amanhã, mas escrevo hoje e amanhã quando lido será hoje. Depois quando lido de novo será hoje. Hoje é persistente, existe para ser só hoje, rápido horário, batida ao lado, grilo ligeiro, sono cedo, dia a dia do trabalhador brasileiro, rima sem métrica, som no carro, alegria de artista frustrado, sem muito sentido só para aliviar os medos. Hoje já é. Amanhã são palavras. As palavras são santas pacientes e amigas complacentes, assim o amanhã ilude com a promessa de ser melhor, mas o hoje existe e resiste, confiante na brevidade das coisas e na sonoridade dos sentidos. 

Reviro o coração ao avesso. Percebo. Não há muito a ser dito porque pouco foi debatido, é preciso falar além do verbo, é preciso sentir...

Baú fechado, procura-se chaveiro. Importante: que esqueça...

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Hoje



...como se estivesse em fuga para lugar nenhum. Ninho vazio e cheio de medo. Roteiro com mapa, mas escuro e sem placas. Boca fechada, grito na alma. Palavras presas, soltas em oportunas datas. Eventuais batalhas de papel, rainha de copas invertida. Jogo sem jogadores reais, invisiveis oponentes, falsos opositores, verdadeiros medos. Coisas estranhas acontecem nesse território quando revisitado.

domingo, 10 de julho de 2016

Pertença

Parece tão fácil escrever. A página em branco me interroga faminta, querendo interagir, ser entendida, tocada, sentida. Querida página, eu sei como você se sente, por isso estou aqui, doando o pouco que tenho. Por favor, entenda que meu pc é novo e não sei onde colocaram a interrogação. É sempre difícil encontrar algo novo quando velho, você me compreende (interroga). Você quer que eu seja honesta, se agisse dessa forma escreveria coisas que me magoariam, assim não faria sentido gastar meu tempo ouvindo o teclado frio do meu pc-novo-que-me-trouxe-desgosto. Sabe de uma coisa, a página é minha e escreverei o que me vier a telha. Sou livre, gritam as palavras presas ainda no sub, eu, malvada, prendo-as só para me sentir melhor, pensando que estou dominando, quando o ato de dominar já é uma dominação de mim para mim. De vez em quando é bom sentir pertencimento, de vez em quando não, bom seria viver todo pertencimento. Sentir que faz parte do todo, como um lençol de seda quando envolve lentamente e docemente a cama, e envolvendo-se acredita que sempre fora lençol de seda para aquela cama. Quando criança, acreditava que quando jovem sentiria, quando jovem achava que na vida adulta sentiria, quando já adulto aguardo. As pertenças não acompanham o principal, os acessórios seguem a sorte do principal, mas as pertenças não, como assim jovens neurônios... Não me entendam mal, reli o que escrevi e pareceu meio romântico, mas não é disso que estou falando, estou falando quando você sente que você pode ser você e que ser você é necessário, essencial e até importante para as engrenagens funcionarem e se movimentarem, para mim isso é pertencimento. Em alguns momentos é possível, confesso, sentir pertencer, mas momentos fugazes são, como induz, passageiros e velozes traiçoeiros, rapidamente te monstram que você não pertence a merda nenhuma. Talvez para compreender o pertencer seja necessário dissolver-se e, após o processo de resolução, reunir os pedaços antes descabidos e agora reunidos num único ser, pois só após pertencer-se a si mesmo é que poderas entender o sentimento e a necessidade do ser pertencer. Mas, sinceramente, essa última frase, inquietos dedos e silenciosas palavras, não me ajudou muito a entender o que significa pertencer, portanto, sinto que não pertenço.