sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Amanhã



Escrevo para ser publicado amanhã, mas escrevo hoje e amanhã quando lido será hoje. Depois quando lido de novo será hoje. Hoje é persistente, existe para ser só hoje, rápido horário, batida ao lado, grilo ligeiro, sono cedo, dia a dia do trabalhador brasileiro, rima sem métrica, som no carro, alegria de artista frustrado, sem muito sentido só para aliviar os medos. Hoje já é. Amanhã são palavras. As palavras são santas pacientes e amigas complacentes, assim o amanhã ilude com a promessa de ser melhor, mas o hoje existe e resiste, confiante na brevidade das coisas e na sonoridade dos sentidos. 

Reviro o coração ao avesso. Percebo. Não há muito a ser dito porque pouco foi debatido, é preciso falar além do verbo, é preciso sentir...

Baú fechado, procura-se chaveiro. Importante: que esqueça...

Um comentário:

  1. Tem horas, que não consigo acompanhar.Fala tanta coia com tão pouco. As palavras são santas pacientes e amigas complacentes. Sinto isso. Como elas me ajudam...

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